domingo, 20 de fevereiro de 2011

Cartão TRI - Defesa 2 - Por Sofia Cavedon

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, eu encaminho para trabalhar alguns dos elementos aqui colocados como argumentos, que eu acho importantes e acredito, sim, que são parte de uma construção. Talvez o argumento que mais tenha me incomodado tenha sido o do Ver. Mauro, com a recomendação de que eu fosse construir. Eu quero lembrar ao Mauro, que é jovem e se orgulha de lutar pela juventude, que eu tenho dez anos como Vereadora, e em todos esses dez anos na Comissão de Educação - e não foi por uma, nem duas, nem dez vezes - eu estive acompanhando o Vou à Escola, na periferia, para garantir a carteirinha para os nossos alunos, pois ao chegarem os meses de março, abril e maio, eles ainda não tinham como ir à escola.

Mauro, quando eu fui Secretária de Educação, nós transformamos o Vou à Escola, que é gratuito, de Projeto piloto, aqui na Zona Sul, para toda a Cidade. O Projeto Vou à Escola, extensivo ao Estado, que o Ver. Cecchim disse que o Tarso não aprovou, foi um Projeto que me levou muitas vezes à Assembleia Legislativa e à porta da Governadora Yeda, para ver se ela financiava as passagens para o Ensino Médio, Ver. Mauro. Então, se eu não construí a conversa com a EPTC, não faltou luta para que, de fato, tivesse política que resolvesse. Porque eu não tenho ilusão de que é o cartão de crédito que vai resolver! Eu também acho que o cartão de crédito trucida muitas famílias. Isso não é o centro do debate! O que a gente não aceita é o argumento e a proteção do lucro em detrimento das possibilidades de o trabalhador se virar para dar jeito de resolver sua vida. E se eu fosse conversar na lógica que o Ver. Pujol muito inteligentemente faz, eu lhe diria, Ver. Pujol, que muitos amigos meus viajam de graça porque compram tudo no cartão de crédito. Eles usam todo aquele dinheirinho no crédito. Eles usam no supermercado, colocam gasolina, tudo no crédito, vão acumulando milhas e viajam ali para o Uruguai. Os pobres também têm direito! Se eu fosse entrar nessa lógica, mas eu não gosto de trabalhar na lógica do capitalismo selvagem... Eu quero que esse debate, mais do que um mero debate de Veto ou de aprovação seja um debate para acumular para uma política pública forte e que garanta que a nossa juventude vá para a aula. E eu gostaria que a UMESPA estivesse alinhada nesse sentido, que a UMESPA estive mobilizada, e eu espero que sim, para que o Projeto Vou à Escola aconteça. E eu quero dizer que o Governador Tarso - bem diferente da Yeda, que nunca abriu a porta para esse tema, mesmo a Constituição dizendo que o Estado tem que financiar a passagem para o Ensino Médio - vai fazer o projeto piloto em Porto Alegre. Este ano ele fará piloto em Porto Alegre, pela construção política que nós fizemos da necessidade de subsidiar o jovem para chegar à escola. Esse é o debate de fundo!

Eu queria, por fim, informar que as empresas - Vereadores que vieram aqui defender, como o Ver. Cecchim - contra o cartão de crédito, que o Sindicato do Comércio de Atacadistas, representando cento e quinze empresas com sede em Porto Alegre, diz que não entendem a razão de vetar a possibilidade do uso do cartão de crédito. O Sindicato, inclusive, diz que é uma beleza para as empresas de ônibus, pois elas vendem e recebem à vista, e, depois, entregam o produto parceladamente durante o mês. Portanto, é muito seguro para a empresa e muito penoso para o trabalhador, que não consegue controlar o preço da passagem, que não tem acesso aos elementos que incidem na passagem, que vivem nos ônibus superlotados e pagam pelos ônibus que andam vazios, porque não têm estímulo para andar de ônibus. Não dá mais para ficarmos protegendo um transporte que não favorece o trabalhador, mas principalmente que impede a juventude de ir à aula e exercer o seu direito à formação. Este é o sentido da Emenda, e espero que possamos derrubar o Veto do Prefeito e insistir com as empresas, pois elas devem, sim, abrir mais essa possibilidade. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)

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