domingo, 20 de fevereiro de 2011

Cartão TRI - Defesa 1 - Por Sofia Cavedon

A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. DJ Cassiá, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, público que acompanha este dia tão importante para a Câmara, venho, mais uma vez, conversar com o conjunto dos Vereadores sobre a iniciativa que tomei junto ao Projeto do Ver. Toni Proença. É um Projeto muito importante que propôs o parcelamento da recarga do Tri para o transporte escolar.

Acho que o transporte de jovens, na nossa Cidade, é um tema sobre o qual nós devemos nos debruçar com muito mais rigor e aplicação. Eu sei que Brasília, Cuiabá e Rio de Janeiro transportam todas as crianças e os adolescentes para a escola, independente, inclusive, de recursos financeiros da família; a partir de dois quilômetros, está no custo do transporte. E não são as passagens mais caras do Brasil, não! E eu considero essa uma barreira muito grave, que tira a nossa juventude da escola; é uma delas, mas é muito grave. Se nós temos vagas no Colégio Júlio de Castilhos, no Instituto de Educação, nos educandários de Ensino Médio do Centro da Cidade, que têm qualidade, que têm condições de receber os nossos alunos, como vamos aceitar que 50% da juventude de Porto Alegre não vá à escola, dos 15 aos 17 anos? Metade da juventude de Porto Alegre não vai à escola, não vai ao Ensino Médio. Porto Alegre é a Capital com menor índice de desemprego, os indicadores estão falando em 4%. Se a nossa juventude não puder ir à escola, não ocupará os postos de trabalho que estão ofertados num País em desenvolvimento, fazendo a inclusão social.

Nós, aqui nesta Câmara, aprovamos um Projeto para a extensão do Vou à Escola, gratuito para quem é carente, para quem mora longe, para Ensino Médio, e o Governo do Estado vai fazer projeto-piloto em Porto Alegre, Ver. Toni Proença.

Agora, nós precisamos que o sistema de transporte nos dê mais condições. Nós precisamos, de fato, de uma tarifa pública que seja transparente no seu reajuste, de uma tarifa que seja mais justa, de uma tarifa que não seja aprovada de um dia para a noite; nós precisamos de um Conselho de Transporte e não seja só homologador de uma taxa já pré-combinada, de um Conselho de Transporte que não se desmoralize desse jeito.

Conselho na Cidade de Porto Alegre, a Cidade que é berço da participação direta, é um Conselho que tem que democratizar as políticas públicas como todos os outros Conselhos. A nossa Cidade se inscreveu no mundo pela sua capacidade de participação direta. A presença de vocês testemunha isso.

Então, no tema do Veto, Sr. Prefeito, não é compreensível que se proteja o sistema das empresas de ônibus e não se proteja a juventude que tem que chegar na escola! Porque a justificativa do Prefeito - e eu chamo a atenção dos nossos Vereadores e da UMESPA aqui presente - é que desorganiza o sistema comprar com o cartão de crédito que dificulta o controle. Mas como, se todo o sistema financeiro, hoje, é organizado com o cartão de crédito, se a gente compra qualquer produto com o cartão de crédito e dá mais controle, Ver. João Carlos Nedel? E também, não acho justo que seja este o único produto que a gente paga antes, integralmente, para usar parcelado depois; bem ao contrário de tudo que se faz nesse País, nesse mundo em que a gente compra o produto e depois vai pagar parcelado. Não. O sistema de transporte, as empresas de transporte não abrem mão de um centavo do seu lucro e ainda querem receber antes, receber adiantado! E a juventude – isso é o mais grave -, a juventude deixa de ir à aula!

Essa Emenda que eu fiz foi a pedido de um pai, na periferia, porque, às vezes, sua filha deixa de ir à escola, porque nos últimos dez dias ele não tem como pagar a passagem.

Portanto, eu peço aos Vereadores e Vereadoras que derrubemos o Veto para garantirmos aos estudantes o direito à educação. Não ao lucro; sim à educação da nossa juventude!
(Não revisado pela oradora.)

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